Eu sou um cara que gosto de caminhar, de correr, andar a pé e de carro. Andar acompanhado ou sozinho, tanto faz. E quero continuar caminhando por esta Terra até os meus mais longínquos anos, até quando minhas pernas não aguentarem mais, até quando meu cérebro não conseguir mais dar sinais aos meus membros, enfim, quero caminhar, correr e viver até os meus duzentos anos.
Mas além da caminhada física existe a caminhada da vida, que mesmo que eu esteja andando perfeitamente pode ser que o meu caminhar morra por agora. Ou pode ser que meu corpo já não consiga mais ficar de pé e mesmo assim estarei caminhando por este mundo que vivemos. Há pessoas que caminharam muito por aqui e deixaram sua marca, outras que caminharam pouco e também deixaram a sua assinatura por aqui. Talvez uma longa vida tenha apenas uma breve história e uma vida curta seja um romance épico.
Há uns dias perdi um grande amigo, não só eu, mas muitos que conheço também perderam esse cara. Ele partiu cedo, uma breve caminhada por essa longa estrada da vida, mas que deixou uma marca enorme no coração de muitos que aqui ficaram. Um buraco se abriu em meu peito e um misto de tristeza e raiva, por ele ter partido tão cedo e sem se despedir, tomou conta de mim - e como sou chorão não pude conter as lágrimas que pulavam dos meus olhos sem parar, e não havia lenço ou óculos escuros que pudessem escondê-las.
A vida de uma pessoa aqui na Terra é apenas um cisco se comparada à imensidão do tempo e da vida que está neste planeta há milhões e milhões de anos. Mas ela pode ser eterna se a pessoa deixou por aqui amigos e amores com quem compartilhou sua breve história. Esse amigo me deixou a saudade de suas risadas, de sua simpatia, deixou a saudade dos nossos brindes, das piadas e das brincadeiras. Deixou a lembrança dos bons momentos vividos juntos assistindo aos jogos do nosso time, fazendo churrascos e uma série de outras coisas que se fosse escrever dariam um livro enorme.
A caminhada dele foi breve se comparada a de outras pessoas que vivem até seus oitenta, noventa ou até aqueles que chegam a cem anos. Mas deixou um buraco no coração daqueles que o conheciam, um buraco que dificilmente será preenchido. Sempre que entrarmos naquele determinado lugar vai ser difícil estar lá, não vê-lo e não derramar algumas lágrimas. Escrevo agora com os olhos embaçados pelas lágrimas que ainda escorrem quando penso nele. Tudo de bom que ele foi tem um pouco guardado em cada pessoa que o tinha como amigo, mas ficou também a saudade de termos um último brinde, uma última risada ou simplesmente um último aceno de até logo.
Descanse em paz meu amigo, a saudade que aqui se instalou será eterna até que eu e outros amigos seus se forem também. É difícil escrever este texto pois escrever e chorar ao mesmo tempo dá trabalho. Enxugo as lágrimas e escrevo algumas palavras, enxugo mais algumas e escrevo outras letras. Tem horas que nem dá tempo de colocar uma vírgula e as lágrimas estão novamente escorrendo pelo meu rosto. Enfim, essa é uma pequena homenagem, e escrever é o jeito que sei de demonstrar meu sentimento a alguém. Um amigo que eu fiz recentemente falou para que eu escrevesse algo em homenagem a este amigo meu que se foi, então esse texto é pra você, Zoio. Você se foi e a saudade perdura no coração de todo os seus amigos e familiares que aqui ficaram, tenho certeza.
João Paulo Pinheiro Tonon
joaozinhopinheiro.escritor@gmail.com
Que linda homenagem. Eterniza isso num quadro e leva pro pai dele. Te ajudamos.
ResponderEliminaré joao e hoje é saudades sua
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